domingo, 2 de agosto de 2009

“Poxa! Destruiu a frente do meu carro. E agora?”

Atropelamentos acontecem diariamente e, por experiência, todo motorista que atropelou fica desesperado e muito nervoso. Muitas vezes o próprio motorista tem que receber atendimento pelo choque de ter ferido ou matado uma pessoa! Motoristas profissionais ficam até afastados de suas funções para poderem se recuperar psicologicamente. Agora, o que eu vou contar agora aqui no BLOG vocês não vão acreditar!

Tarde de uma quarta-feira, quando uma Unidade de Resgate é deslocada para a AL-101 Sul para atender uma vítima de atropelamento. A sirene ecoa dentro do Quartel dos Bombeiros e, em menos de um minuto, a equipe do Grupamento de Socorro de Emergência voa ansiosa para salvar mais uma vida! Chegando ao local, percebeu-se, rapidamente, até pela violência do impacto e sinais evidentes, que a pessoa estava em óbito.

No local, aguardando a chegada da Criminalística, fui informado que a motorista estava perguntando quanto tempo demoraria para a chegada desta equipe. Retornei andando até ela informando que estavam a caminho! Eu então passei a observar a mulher, que até por relatos de testemunhas não teve culpa, e durante esta observação não conseguia acreditar que ali na frente estava um ser humano morto e, ao telefone celular, um outro ser humano calmo e até em um momento rindo ao telefone. Mas o pior ainda estava por vir.

Enquanto o corpo estava sendo recolhido pelos companheiros do IML, a tal mulher reclamava em voz alta com algum conhecido que acabara de chegar: " - Poxa, o cara destruiu a frente do meu carro! E agora para consertar?

Fiquei pasmo e ao chegar ao quartel não consegui parar de pensar e refletir. Semanas antes, uma acusação sai nos meios de comunicação dando conta de que a vida de um ser humano custa 20 mil reais. Dias depois, um ser humano morto ao asfalto e o outro ser humano preocupado com a lataria de um veículo?

Eu pergunto para os leitores do BLOG: Quais são os valores humanos atuais? O que significa a vida do seu semelhante? Como aquela motorista orienta o seu filho no dia-a-dia? Hoje vou terminar sem conseguir responder a nenhuma destas perguntas!
Mas de coração desejo a todos que FIQUEM COM DEUS!

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