sábado, 13 de março de 2010

Padres são acusados de pedofilia em Arapiraca


O programa Conexão Repórter, apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini no SBT, exibiu na quinta-feira, 11 de março, uma matéria bombástica, referente a dois monsenhores e dois padres da cidade de Arapiraca, no Estado de Alagoas, que segundo as denúncias feitas ao programa, estão envolvidos em casos de pedofilia no município localizado no agreste alagoano. As denúncias feitas ao programa vieram acompanhadas de provas evidenciais, o que despertou na produção o interesse de averiguar os fatos, pois estavam de posse de um vídeo onde um dos monsenhores, Luiz Marques, faz sexo com um jovem.

Ao chegar a Arapiraca, Roberto Cabrini informou que encontrou Fabiano, o rapaz que aparece mantendo relações sexuais com o padre no vídeo. As surpresas estavam apenas começando! O jovem Fabiano, que hoje está com 20 anos, declarou que conheceu o padre quando começou a ser coroinha na igreja, quando na época tinha apenas 12 anos. Desde então, Fabiano declarou a produção do Conexão Repórter, que foi assediado sexualmente pelo padre.

Com as declarações do jovem Fabiano, outros foram localizados e com eles veio a confirmação do envolvimento de outros padres no “escândalo da igreja”. Entre os jovens que foram localizados, está um menor de 11 anos, que também confirmou as acusações, afirmando que foi assediado por outro padre da região, Edilson Duarte, que atualmente é o administrador paroquial da Igreja Catedral de Nossa Senhora do Bom Conselho.

Ao desenrolar da reportagem, várias denúncias de pais de jovens coroinhas foram feitas, nas quais, afirmam que foram assediados sexualmente pelo Monsenhor Luiz Marques, pelo padre Edilson Duarte e pelo Monsenhor Raimundo, além de um outro padre que até o final da reportagem, não havida sido identificado.

Para garantir a imparcialidade e efetivar o princípio do contraditório e da ampla defesa, mesmo que de forma extra-judicial, pois a reportagem foi feita por apresentadores e não por juízes, a produção do programa procurou os padres envolvidos no escândalo, que negaram toda a história, porém, a situação foi agravada, quando a reportagem flagrou um advogado identificado como Daniel Fernandes, ameaçando os jovens Flávio e Fabiano, que segundo informações da produção, são os responsáveis pela gravação. As denúncias se acumulavam, e após a gravação do vídeo que mostra o advogado tentando subornar os jovens, ficou confirmado que o Monsenhor Raimundo ofereceu R$ 30 mil reais, para que os vídeos não fossem divulgados.

Transcrição do Blog de Roberto Cabrini

Para não levantar suspeita em Arapiraca, nossa equipe teve de se separar na hora da hospedagem. O ponto de partida da nossa reportagem foi um vídeo que recebemos no qual um padre de Arapiraca (AL) faz sexo com um rapaz. Então, partimos para a cidade para localizar os personagens centrais da história e comprovar a veracidade das imagens.

O levantamento inicial, encontrar as pessoas envolvidas no vídeo, levou cinco dias. Nosso primeiro contato foi com Fabiano, o rapaz que aparece ao lado do padre mantendo relações sexuais. Fabiano, hoje com 20 anos, relatou que se tornou coroinha na igreja com12 anos de idade e desde então foi assediado sexualmente pelo padre. Contou ainda que manteve um relacionamento com o religioso durante anos, e por isso desistiu do antigo sonho de se tornar padre.

Durante a apuração, outros jovens foram localizados dizendo que passaram pelo mesmo assédio, chegando a prática do sexo com os padres. Entre eles está um menino, de 11 anos. Ele afirmou que foi assediado por um outro padre da região.

Em seguida, procuramos os padres apontados nos relatos: os três principais nomes da Igreja em Arapiraca. Para não levantar suspeita, já que a cidade é pequena, nossa equipe se hospedou separadamente em hotéis não só na cidade, mas também na região. Um a um, os religiosos foram localizados pela equipe. Os três padres negaram qualquer envolvimento com os garotos e jovens da cidade.

A fase final de nossa reportagem foi questionar os jovens envolvidos e acompanhá-los em seus depoimentos à promotoria de Alagoas. O promotor responsável pelo caso ouviu todos os envolvidos e, diante dos fatos narrados, encaminhou o material à Polícia Civil alagoana e pediu a instauração de um inquérito para apurar a denúncia. Atualmente, a investigação cabe a delegacia especializada em crimes contra a criança.

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