segunda-feira, 11 de abril de 2011

"ALAGOAS JOGA A DOR E A MORTE EMBAIXO DO TAPETE!" Ana Claúdia Laurindo

Por Carlos Burity


A dor de perder um filho, vítima da violência, é uma coisa inexplicável!Minha mãe perdeu um filho de 5 anos, vítima de caso clínico, e até hoje comenta que a ferida nunca cicatrizou. As mães das crianças no Rio de Janeiro mergulham em uma lama de dor e vazio que talvez nunca desapareça. Essas mães sabem os motivos das perdas e choram e chorarão para sempre. Agora, uma mãe perder o filho assassinado e desesperada, procurar ajuda sem sucesso, ou gritar por socorro sendo ouvida por todos, menos pelo poder público em geral, deve ser uma angústia de resultados maléficos para a saúde pessoal da mesma e desmoralizante para a sociedade alagoana. O BLOG DO BURITY transcreve o artigo do BLOG da Cientista Social Ana Cláudia Laurindo, que teve o seu filho adolescente assassinado no interior do Estado de Alagoas. Fiquem com DEUS!

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BLOG DA ANA CLÁUDIA - http://blogdeanaclaudia.zip.net/


E se assim não fosse ?

Por Ana Claúdia

Uma sociedade se aperfeiçoa fortalecendo órgãos de controle, fiscalizadores e incentivando a participação popular mediante um retorno positivo ás iniciativas cidadãs. Um povo conhecedor e participativo pode influenciar significativamente no melhoramento social. O mundo sabe disso, o Brasil sabe disso, Alagoas sabe disso, eu e você também sabemos. Assim sendo, o que impede esse melhoramento de vingar, coletivo e sazonado, adubado pelas leis que apregoam tantas garantias em nossa Constituição Federal ? Como exemplo da desdita tomemos os conselhos. Quais ações relevantes aparecem publicamente vindas desses controladores dos direitos instituídos? Pagadores de jetons adquirindo formato de corte, mais parecem reuniões de castas. Longe, longe, do povo! Sociedade civil mal servida em suas representações, materializa a vida anonimamente, alienadamente, deixando o barco correr pelas águas sujas do “rio que só corre para o mar”. Iniciativas isoladas em busca da cidadania, no reclame da garantias de direitos tombam mortalmente feridas, como a iniciativa que eu mesma tomei, como mãe e cidadã alagoana denunciando a tortura que meu filho de 12 anos viveu. Caminhei sozinha pelas calçadas de Alagoas! OAB, Corregedoria da Policia Civil e Ministério Público não ecoaram aquele grito! Grito perdido no ar, custando os sonhos de um menino, desembocando na noite insone da morte prematura. Uma alagoana sozinha não poderia fazer verão! Palavras dessa mãe farão ver a injustiça? Essas palavras incômodas ao menos registram: Alagoas joga a dor e a morte embaixo do tapete! Não há controle ou fiscalização, não há cidadania nem noções de justiça. As leis são interpretadas como poesias malditas, favorecendo a impunidade e enfraquecendo a esperança! A noite é longa e a escuridão é densa! Os rituais pró-crime estancam nosso estado na idade média da mentalidade. Poucos sorrisos e muitas ameaças nos lembram sempre como aqui se mata: exclusão, perseguição, violação! Mas a bala nunca matará o crime!






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